Depois de sucessivos “nãos” de pessoas, a gente se pergunta sobre como não somos suficientes.

Quantas vezes, após um fim, você não se perguntou sobre o porquê. Aliás, vou parar de colocar na terceira pessoa e vou entrar no seu emocional.

 

Vamos lá?

 

Me dói muito saber que não fui o suficiente pra você. É praticamente impossível, viver o que tive contigo com outro. Não tem o mesmo cheiro, não tem o mesmo formato de boca, não tem o mesmo sorriso de olho abaixado quando eu falava uma verdade. Sinto sua falta porque ainda ninguém me deu a valorização que você me deu (mesmo que tenha sido uma migalha).

Mas consegui levantar e seguir em frente. Eu só não sabia que ficariam cicatrizes. Eu só não imaginava que eu procuraria você por ai, em outros rostos.

Eu tentei, mas falhei.

Eu segui em frente. Ok.

Fiquei muito tempo acreditando que nunca iria ser suficiente pra alguém.

Me perguntava, todos os dias deitado na cama, como iria mudar meu jeito, meu corpo. Sim sim, foi meu corpo. Tenho certeza que foi por conta dele que acabou e ninguém olha pra mim.

Iniciei um processo de me chicotear. Sempre em guerra comigo mesmo. Mas vi que não era isso ainda.

Cada vez que chegava alguém, eu começava o processo de conquista, mas desanimava… porque não era você.

Demorou um tempinho até eu conseguir abrir sorrisos para novos sorrisos.

Demorou um tempo para eu deixar alguém bater na porta dos meus sentimentos e dizer: To entrando!

Demorou um tempo até eu não ficar na paranoia de achar que você iria aparecer, de repente, e fazer com que toda minha fisiologia se alterasse, colocando meu corpo no modo desespero e fazendo meus neurônios gritarem por toda minha cabeça: P-E-R-I-G-O!

Passou. Quando menos esperei.

Até que depois de muito tempo nos encontramos. De modo rápido porque eu travei e queria fugir.

Notei que o afastamento e o tempo foram paliativos. Meu Deus, eu só queria uma solução pra isso.

Você já foi. Você já andou. Tá diferente (não tive como não reparar). Mas seguiu bem.

Agora, eu preciso andar, eu preciso ir em frente de verdade.

Depois de um tempo encontrei a solução: Resolvi aceitar que eu ainda gosto de você.

Parei de jogar pra debaixo do tapete como forma de dizer: Fica ai, um dia eu varro pra longe.

Quando coloquei isso pra fora, muita coisa mudou aqui dentro. Agora eu não te encaro mais como uma dor. Eu resolvi dar amor ao que você fez.

 

(Ai trouxa!)

Não. Meu cérebro não consegue ver o mesmo fato com duas abordagens. AMOR OU DOR. Os dois não dá. Resolvi te amar sim. Te desejar todo amor do mundo. Resolver essa pendência com o universo. Só assim para não sentir mais tanto, em cima de algo que já foi.

Toda vez que te vejo, penso: Desejo Luz e Paz no seu caminho. Você é só uma pessoa.

Assim eu sigo, treinando a minha mente até que, em algum momento, isso vai se tornar tão natural que não vou sentir mais nada.

Assim eu expurguei todo sentimento. Sem negar nada.

To com meu potinho do amor vazio agora. E só assim o Universo vem e coloca outra pessoa pra encher.

Agora sim, pronto…pra viver o presente e, novamente, construir um futuro.

Com alguém que me queira. Sem tirar, nem pôr.